quinta-feira, outubro 20, 2011

Quando você apareceu.



Entrastes em minha vida à passos lentos, de fininho, quase sem deixar rastro no assoalho, e em pouco tempo já via marcas de mãos na parede, meias jogadas no cesto e sua camisa favorita esquecida no abajur ao lado do sofá. E você deixou de se esconder em sua cara de brabo que dizia não-me-importo-com-isso, e passou a usar aquela cara de você-faz-isso-só-pra-implicar que tanto me faz rir e te abraçar dizendo que se não fosses exatamente como sou, não virias. Algumas tardes me pego pensando nos motivos para aceitar sua entrada sem mais nem menos em minha casa. Nos dias em que estás presentes, penso que fora o destino, e nada mais poderia fazer além de permitir entrar na casa que era tua desde muito antes de me conhecer. Eu sinto aqueles braços capazes de aquietar minha alma, vejo aqueles olhos que me pedem carinho tão inocentemente, e sinto aquele cheiro capaz de me acelerar o peito. De todos os laços rompidos, cartas queimadas, noites de sexta perdida na ânsia de encontrar alguém minimamente perto de sua perfeita imperfeição, você chegou. Chegou e te quis. Te quis e me quiseste de volta.

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