sábado, novembro 06, 2010

Apenas isso.


Um gesto e três palavras para encher o silêncio. Que de tão repleto não cabe em si mesmo. Ele diz não. Sua resposta me enche de uma brusca vergonha. Como se tivesse descido mais fundo do que eu, dispensando as facilidades que tambem são fuga. Fico pensando que nunca mais vai se repetir, é só uma vez, a única, e vai me magoar sempre. Neste espaço branco de madrugada e lua cheia, preciso falar, e mais do que falar, preciso dizer. Mas as palavras não dizem tudo, não dizem nada. O momento me esmaga por dentro. Repetir mil vezes: não quero esperar. Por que feri? Por que feriu? Por que estamos dizendo coisas que não sentimos nem queremos? Feito, febre, baixava às vezes nele aquela sensação de que nada daria jamais certo, um futuro onde não haveria o menor esboço e uma espécie qualquer não sabia se de esperança, fé, alegria, mas certamente qualquer coisas assim.

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